TRATAMENTO
Coluna
Escoliose
TRATAMENTO DA ESCOLIOSE
A decisão do tipo de tratamento é baseada principalmente em dois fatores:
•O valor angular da curva (magnitude da curva)
•A maturidade esquelética do paciente (quanto de crescimento ainda é esperado)
Em geral, quanto maior o valor angular da curva e menor a maturidade esquelética do paciente, mais provável é a progressão da escoliose.
Existem basicamente três opções de tratamento da escoliose em adolescentes:
1) Observação
2) Órteses (coletes)
3) Cirurgia
1) Observação
É realizada com observações periódicas clínicas e de exames de imagem de 4 a 6 meses durante a fase de crescimento. Geralmente está indicada em curvas menores do que 20o.
2) Órteses (coletes)
As órteses são projetadas para diminuir a progressão da curva, mas não reduzir a quantidade de angulação que já está presente. A grande progressão da curva acontece durante a fase de crescimento da criança e adolescente, e uma vez que o crescimento acabou, há pouca probabilidade de progressão de uma curva. Portanto, as órteses geralmente são mantidas até o término do crescimento do indivíduo. Esses dispositivos geralmente estão indicados em curvas entre 20 e 40o.
Existem dois tipos de coletes comumente utilizados: uma órtese cérvico-tóraco-lombossacra (CTLSO – Milwaukee) e uma órtese tóraco-lombar sacral (TLSO). O modelo correto de colete e sua real indicação sempre deve ser avaliado por um médico especialista.
3) Cirurgia
A cirurgia para a escoliose idiopática começa a ser recomendada quando as curvas são maiores do que 40 a 45 graus e continuam a progredir, e para a maioria dos pacientes com curvas maiores que 50 graus. Essa avaliação sempre deve ser feita em conjunto com o exame físico do paciente e deve ser avaliada criteriosamente caso a caso. O objetivo da cirurgia da escoliose é reduzir a curva e evitar a progressão da deformidade.
Curvaturas graves (maior que 50 graus) são mais propensas a progredir na vida adulta. Quando uma curva progride para 70-90 graus, ela não só determina uma deformidade muito ruim, mas muitas vezes pode resultar em comprometimento cardiopulmonar, por diminuir o espaço disponível para os pulmões e o coração.
Normalmente, cerca de 50% ou mais de correção pode ser obtido com a cirurgia utilizando sistemas de instrumentação (materiais cirúrgicos) modernos. Esses materiais utilizados são compostos por parafusos, ganchos e hastes metálicas com o objetivo de manter a coluna alinhada.
Uma vez que ocorre a fusão óssea após a cirurgia, a coluna vertebral não se move naquele segmento e a curva pára de progredir. Geralmente não é necessária a remoção dessas hastes e parafusos.
A cirurgia é realizada na região posterior da coluna (parte de trás das costas) e em alguns casos especiais e raros de curvas rígidas, pode ser associada uma cirurgia pela frente.
Geralmente o procedimento tem duração média de 3 a 5 horas. Em todos os casos são utilizados equipamentos especiais de monitoração da função neurológica do paciente durante todo o procedimento de correção da curva (potencial evocado somatossensitivo).
Como é o pós-operatório no hospital?
Após a cirurgia da escoliose, os pacientes geralmente começam a sentar na cama no dia seguinte e andar no segundo dia após a cirurgia. O tempo de internação hospitalar total é geralmente de 3 a 4 dias. Os pacientes podem voltar para a escola/trabalho cerca de 2 a 4 semanas após a cirurgia, mas sua atividade esportiva deve ser limitada até a consolidação óssea da cirurgia (fusão/artrodese). Esse tempo leva de 4 a 6 meses. As demais atividades são liberadas.
Preciso usar algum colete ou ficar imóvel depois da cirurgia?
Não. Não há necessidade de coletes após a cirurgia, muito menos deixar de fazer sua atividade habitual. Entretanto, é importante notar que alguns movimentos podem ser um pouco limitados e até causar dor nos primeiros três meses após a cirurgia. Esses movimentos são o de flexão total da coluna (dobrar a coluna para a frente), levantamento de pesos e torção do tronco (girar o tronco com o quadril parado).
Como é feito o acompanhamento após a cirurgia?
Geralmente o paciente é acompanhado com exames periódicos de raio-x para avaliar a consolidação óssea (fusão) da cirurgia até os primeiros 6 meses da cirurgia. Após este período o acompanhamento é anual. Uma vez que o osso teve uma fusão sólida, nenhum outro tipo de tratamento é necessário.
Como é a vida após a consolidação da cirurgia?
Os pacientes podem retomar níveis normais de atividade após a consolidação da cirurgia e não há limitações residuais. Pacientes do sexo feminino podem engravidar normalmente e até ter parto normal.
Gostou da dica? Curta a página do Grupo Neurocol no Facebook.